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DIZIMO! DEVO OU NÃO DEVO ENTREGAR?
DIZIMO! DEVO OU NÃO DEVO ENTREGAR?

O DÍZIMO

 

A paz de Cristo a todos!

 

Resolvi escrever este artigo para tentar esclarecer umas das maiores dúvidas de nossa época e que tem sido causa de grande polêmica no meio cristão evangélico.

 

O meu objetivo aqui não é tentar passar a ideia de que eu tenho todas as respostas para todas as questões mais misteriosas sobre o dízimo, mas sim, mostrar aqui as considerações que eu penso serem as mais imparciais, sensatas, equilibradas e criteriosas sobre o tema em questão que irá ser abordado.

Não quero com esse tópico menosprezar ou rebaixar quem crê no dízimo como pregado em muitas igrejas, pois eu mesmo acreditei no dízimo de Malaquias e em suas maldições durante quase toda minha vida. Também não quero com esse artigo dizer que quem pede o dízimo segundo Malaquias é ladrão, mentiroso, usa de má fé para com as pessoas ou algo parecido. Eu também durante vários anos preguei e pedi o dízimo segundo Malaquias e nunca fui desonesto com as pessoas, nunca usei de má fé com elas, nunca me enriqueci ou comprei das coisas mais caras para minha pessoa com o dízimo dos fiéis. Existem vários pastores que creem no dizimo segundo Malaquias e que não são desonestos, ajudam outras pessoas e não se enriquecem com o dízimo. Meu intuito é mostrar o que aprendi lendo as Escrituras sobre esse assunto, mas eu não sou absoluto em minhas conclusões e estou longe de ser.

Esse artigo sera longo, mas espero que você pacientemente consiga le-lo ate o fim

 

                                        O QUE É DIZIMO?

Resposta: a décima parte de alguma coisa que possuímos ou venhamos a possuir.

No Hebraico: “maasser”. Em sua raiz, temos o termo “issaron” que significa “décima parte”; também o termo “´eser” que significa “dez”, e

o termo “asar” que significa “dar o dízimo, dar a décima parte”. Na raiz anterior temos desta palavra um termo muito interessante que é “asa” e que significa “fazer, fabricar, realizar” e também “ma´aseh” que significa “feito, obra”.

 

No grego «Dekate» significa a décima parte. Na Grécia Antiga cobrava-se o dízimo no qual o povo deveria dar de suas riquezas para os soberanos. Já em Israel, o dízimo era entregue como uma dádiva a Deus. Não era para um rei ou soberano do povo, mas para que os sacerdotes, levitas, viúvas e órfãos pudessem ter o que comer.

 

Acredita-se que existiam 3 tipos de dízimos:

1- Na realidade, o primeiro dízimo religioso chamado o “Dízimo Levítico” tinha duas partes. Novamente todo o primeiro dízimo era dado aos levitas, os quais eram apenas servos dos sacerdotes (Números 18:21-24; Neemias 10:37). Por sua vez, os levitas davam 1/10 de todos os dízimos aos sacerdotes (Números 18:25-28; Neemias 10:38).

2- Conforme Deuteronômio 12 e 14, o segundo dízimo religioso, chamado o “Dízimo de Festa”, era comido pelos adoradores, nas ruas de Jerusalém, durante os três festivais anuais, Páscoa, Pentecostes, Tabernáculos (Deuteronômio 12:1-19; 14:22-26).

3- E conforme Deuteronômio 14 e 26, o terceiro dízimo, chamado o “dízimo dos pobres” guardado nas casas, a cada três anos, era usado para alimentar os pobres (Deuteronômio 14:28-29; 26:12-13).

 

COMO ERA A ENTEGA DO DIZIMO ANTES DA LEI DE MOISÉS?

Encontramos duas passagens sobre o dízimo antes da Lei de Moisés, Gênesis 14:17-20 e Gênesis 28:20-22, e nas duas passagens vemos que tanto Abraão quanto Jacó fizeram votos voluntários, com o coração, de darem o dízimo. Eles não receberam uma revelação de Deus, e nem Ele

exigiu que dessem o dízimo. Deus não fez com eles uma aliança do dízimo. Eles não foram ameaçados de maldição ou de serem abandonados por Deus se não dessem o dízimo. Resolveram dar o dízimo de forma voluntária, diante das bençãos alcançadas, a um sacerdote de Deus. Lembrando que Abraão entregou o dízimo do despojo (do que ele conquistou quando venceu os reis que haviam aprisionado Ló seu sobrinho). Leia todo o capítulo com seu contexto, e entenda que o dízimo foi dado dos despojos de guerra, e não, de toda sua fazenda.

 

Jacó também, depois de ver a glória de Deus, anjos que subiam e desciam, e haver lutado com Deus, fez uma promessa voluntária, não exigida por Deus, de entregar o dízimo de tudo que viesse a possuir se Deus fosse com ele e o abençoasse. Assim como aconteceu com Abraão, esse voto de Jacó deixa bem claro que tal dízimo seria entregue somente uma vez, e não, mensal ou anualmente.

                             O DÍZIMO NA LEI DE MOISÉS

Quando Deus tirou o povo de Israel do Egito, fez aliança com ele. Essa aliança era cheia de preceitos e leis que o povo deveria seguir à risca. Deus antes perguntou aos judeus se queriam fazer uma aliança com Ele, se aceitavam os termos da aliança, e quando o povo respondeu sim, Deus começou com suas regras e leis.

Entre as regras e leis que Deus deu ao povo, existia a lei do dízimo. Segundo o que Deus falou a Moisés, a Tribo de Levi não trabalharia, não possuíria propriedades, mas ficaria à disposição somente do serviço religioso. Pelo fato dessa tribo não poder trabalhar secularmente, não poder plantar e não poder ter propriedades (Deuteronômio 10:9), Deus ordenou a lei do dízimo, onde todo povo sustentaria essa casta de trabalhadores do templo e dos serviços religiosos. Como vimos anteriormente, o dízimo também era para comemoração das 3 festas anuais judaicas e para os pobres. Segundo a Lei, e o que Deus ordenou, aquele que não levasse o dízimo seria amaldiçoado, estaria em pecado, podendo ser morto e até expulso do arraial judaico. Sem contar nas

ameaças que Deus fez de que a terra deles não produziria e seria assolada pela locusta (tipo de ganfanhoto).

Aqui vemos que Deus exigia o dízimo para sustento dos levitas, vemos também que o dízimo tinha tudo a ver com sacrifício, pois quando os judeus levavam seus animais aos sacerdotes, os mesmo os sacrificavam. Se fosse sacrifício pelo pecado, todo animal deveria ser queimado e o sangue do mesmo aspergido. Se fosse sacrifício em oferta alçada, o animal não era totalmente queimado e o sacerdote e levita podiam comer partes dele. Desse sacrifício viviam os sacerdotes, levitas e pobres. (Levítico 3)

Vemos também aqui, mais uma vez, que essa aliança sobre o dízimo e muitas outras leis e regras do monte Sinai foram feitas exclusivamente entre Deus e seu povo escolhido, Israel. Toda aliança do Sinai é exclusiva com Israel e mais nenhum outro povo, ela seria uma aliança (com leis, regras e estatutos) perpétua somente entre Deus e Israel. ‘’Disse mais o Senhor a Moisés: Escreve estas palavras, porque, segundo o teor destas palavras, fiz aliança contigo e com Israel.’’ (Êxodo 34:27)

 

                A MALDIÇÃO DO PROFETA MALAQUIAS

Vamos agora para o livro do profeta Malaquias. O profeta Malaquias é o profeta mais usado para dar legalidade ao dízimo. Eu sempre ouvi sobre o profeta Malaquias. Eu sempre tive medo do profeta Malaquias, até examinar com mais rigor a palavra de Deus e ver que várias interpretações sobre o capítulo 3 de Malaquias estão equivocadas, segundo minhas pesquisas.

No começo de seu livro Malaquias diz: "Peso da palavra do Senhor contra Israel. Essa palavra ja é uma prova de que Deus esta falando exclusivamente com Israel e mais nenhum outro povo

Eu descobri que no livro do profeta Malaquias, Deus está falando diretamente com os sacerdotes e levitas, e não com o povo. Com todo o povo Ele fala depois. Vamos lá, então!

Para vermos que Deus está falando com o sacertode e levitas, precisamos primeiro ler os capítulos 1 e 2 de Malaquias. Nos capítulos 1 e 2 de Malaquias, Deus começa com uma repreensão ao sacerdote e aos levitas, e continua essa exortação no capítulo 3. Vale lembrar que a Bíblia não foi escrita com capítulos e versículos, como encontramos hoje. Os capítulos e versículos nos textos sagrados, tanto no Velho quanto no

Novo Testamento, foram colocados nos textos sagrados muitos séculos depois de Cristo.

Os sacerdotes estavam oferendo a Deus sacrifícios mancos, cegos e aleijados, algo que por Lei era proibido ofertar (sacrificar) a Deus. Eles ficavam com o melhor para si, não levavam as ofertas do povo à casa do tesouro (templo) e o templo estava com falta de comida para os serviços religiosos e também para atender o pobre. Os sacerdotes e levitas tornaram-se gananciosos (bem parecido com muitos líderes religiosos de nosso tempo) e queriam tudo para si. Então Deus começa a exortá-los e inclui também o povo, pois este estava seguindo o exemplo dos sacerdotes de oferecerem a Deus o pior. Os sacerdotes estavam se tornando proprietários daquilo que o povo levava e até mesmo de terras, algo proibido pela lei que dizia que o sacerdote não podia ser proprietário de nada, mas apenas usufruir (viver do necessário) do que o povo levava ao templo (casa do tesouro, banco do templo).

Deus então começa a exortá-los, e passa também para o povo que estava sendo conivente com os sacerdotes, aproveitando a ocasião para ofertar ao Senhor sacrifício impuro e até mesmo retendo o dízimo da lavoura.

Deus então diz que vai enviar o devorador (locusta, gafanhoto, parasitas agrícolas) para destruir a lavoura deles e que também iria cerrar os céus de produzir a chuva.

Por que Deus fala assim? Deus fala assim porque como vimos no texto acima, ele fez uma aliança perpétua com Israel, e Israel aceitou a aliança. Nessa aliança, o manco, cego, aleijado (animal defeituoso) não poderiam ser oferecidos ao Senhor, e os dízimos das lavouras não podiam ser retidos. Nessa aliança, o sacerdote também não podia usar de ganância e ter propriedades. Agora, através de Malaquias, Deus fala tudo o que eles estão fazendo de errado e começa a dizer sobre as maldições da aliança. Leia Deuteronômio 28:15.

Veja que Deus quando fala, ele deixa bem claro que é a nação de Israel que o está roubando. O povo e os sacerdotes estavam juntos sonegando o dízimo e ofertando o aleijado em geral.

Em Malaquias 3:9, Deus não diz que são ‘’todos os povos’’ que o estão roubando, mas Ele diz sobre Israel especificamente. Logo, nenhum outro povo recebeu a lei do dízimo, a não ser Israel. Essa lei é perpétua e não muda. Nós não judeus nada temos a ver com a aliança do Sinai e, muito menos, com a lei do dízimo.

Então Malaquias começa a profetizar aos sacerdotes e levitas que haviam se desviado da lei do Senhor e mostra a eles as bênçãos e maldições da Aliança do Dízimo. Essa passagem não é para igreja de Cristo. Ela nunca foi mencionada por apóstolo algum como algo válido para a igreja de Cristo.

 

                           DÍZIMO NA NOVA ALIANÇA

 

Eu devo entregar o dízimo? Serei amaldiçoado se não entregar o dízimo? Existem algum mandamento, recomendação na nova aliança que me obrigue a entregar o dízimo?

A resposta é NÃO!! Não existe nenhuma recomendação e muito menos mandamento no Novo Testamento que me obrigue ou me recomende a dar um dízimo e, se eu não o fizer, serei maldito; o gafanhoto, cortador, migrador e devorador vão destruir tudo meu e me deixar desempregado e falido. Não existe nada no Novo Testamento que diga isso. No Novo Testamento não existe maldição sobre quem crê em Cristo.

 

Antes de começar a escrever um pouco mais sobre ‘’o dízimo no Novo Testamento’’ vou deixar alguns versos bíblicos. Já vimos acima que o pacto do dízimo foi feito em uma aliança exclusiva entre Deus e Israel, e mais nenhum outro povo. Descobrimos também, desde o começo, que quando essa aliança foi firmada, que aquele que não a cumprisse seria amaldiçoado.

Então, vamos lá! Para acabar com as maldições, sempre lemos o capítulo 53 do profeta Isaías. Ora, se o profeta Isaías profetizou que Cristo iria levar nossas dores e nossas maldições sobre si, por que ainda quando lemos Malaquias, que profetiza segundo a antiga aliança, dizemos que o povo vai ser amaldiçoado se não der o dízimo? Cristo levou ou não levou as maldições profetizadas por Isaias? Se ele levou as maldições, logo as maldições do dízimo também estão incluídas.

O Apóstolo Paulo diz o seguinte:

‘’Porque o fim da Lei é Cristo, para justificação de todo o que crê.’’ Romanos 10:4

Se Cristo é o fim da lei e justificação de todo que crê, como eu posso usar leis do Antigo Testamento dadas somente a Israel, que tinham tudo a ver com sacrifícios, e dizer que valem pra igreja de Cristo que é composta por pessoas que creem nEle? Ou Cristo é o fim da lei ou Cristo não é o fim da lei!

Uma coisa ou outra. Se a ordenança do dízimo foi dada através de uma lei antiga entre Deus e Israel no monte Sinais, logo para mim ela não vale de nada, a não ser para me mostrar a maneira como Deus tratou e agiu com aquele povo. Cristo é o fim de toda obrigatoriedade da Lei. A lei era imposta sob ameaça de maldição sobre quem não a guardasse e cumprisse. Hoje, através da morte de Cristo, essa lei foi anulada para todo que crê nEle (Jesus). Como eu já escrevi em um tópico passado, a lei continua em vigor para o povo de Israel, pois é aliança perpétua entre Deus e ele. Na dispensação da graça, Deus cuida e trata com a Igreja, e não, com Israel, e os mandamentos dados à igreja de Cristo são mandamentos diferentes dos dados a Israel.

Mas aí alguém dirá: ‘’Toda a Escritura é inspirada por Deus, e útil para ensinar, para repreender, para corrigir e para formar na justiça. Por ela, o homem de Deus se torna perfeito, capacitado para toda boa obra.’’ 2 Timóteo 3:16,17

Sim, toda Escritura é inspirada por Deus e ficou registrada para nosso aprendizado, mas, veja, por exemplo, os salmos onde encontramos espírito de vingança contra os inimigos…

Hoje sabemos que Cristo não quer que nos vinguemos, que amaldiçoemos alguém, que persigamos alguém, que paguemos na mesma moeda ou olho por olho. Tudo isso era permitido na antiga aliança, mas na nova aliança não é permitido. Ou a antiga aliança foi abolida na cruz para todo que crê ou não foi abolida. Não adianta pegar

pedaços dela e fazer disso leis para a igreja. Somente Cristo pôde fazer isso através de si mesmo e dos apóstolos a quem Ele se revelou. Logo, encontramos muitos elementos da antiga aliança na nova, mas foi o próprio Cristo que colocou no Novo Testamento, pois como Senhor sobre o testamento, o mesmo teve poder para isso, mas dízimos, sábados e outros preceitos não foram retirados da antiga aliança e postos na nova. Encontramos na nova aliança 9 mandamentos da tábua da lei, mas não encontramos o sábado.

Aprendemos então que muitos elementos que estão no Antigo Testamento, mesmo sendo inspirados por Deus, não servem mais para nossos dias, pois Cristo os cravou na cruz, abolindo-os para todo aquele que crê. É importante que você guarde em sua mente que a lei foi abolida somente para aquele que crê em Cristo, seja judeu ou não judeu. Para os judeus que não creem em Cristo, ela continua valendo, pois é estatuto perpétuo.

Para convalidar o dízimo, alguém poderá dizer: em Mateus 23:23 Jesus aprova a entrega do dízimo quando fala com os fariseus. Eu, particulamente, quando leio Mateus 23:23 não interpreto assim. Veja que Jesus veio para cumprir toda a lei. Ali em Mateus ele apenas aprova, reconhece o que os fariseus estavam fazendo, e estava de acordo com a lei, mas os reprova porque não tinham misericórdia das pessoas, algo que também estava na lei. Logo, aqui Cristo não está aprovando a obrigação do dízimo na nova aliança, também porque quando Cristo falou com os fariseus a nova aliança ainda não havia sido inaugurada, a mesma só foi inaugurada quando Cristo morreu e ressuscitou. Então, sim, Cristo cravou na cruz toda lei com suas ordenanças.

‘’na sua carne desfez a inimizade, isto é, a lei dos mandamentos contidos em ordenanças ...’’ (Efésios 2.15a)

ou

‘’Porque ele é a nossa paz, o qual de ambos os povos fez um; e, derrubando a parede de separação que estava no meio,

Na sua carne desfez a inimizade, isto é, a lei dos mandamentos, que consistia em ordenanças, para criar em si mesmo dos dois um novo homem, fazendo a paz,’’

Efésios 2:14,15

 

"e havendo riscado o escrito de dívida que havia contra nós nas suas ordenanças, o qual nos era contrário, removeu-o do meio de nós, cravando-o na cruz" (Colossenses 2.14)

Alguém também poderá citar a passagem do fariseu e o publicano no templo, Lucas 18:10. Só que nessa passagem, Jesus também não aprova o dízimo na nova aliança, e o intuito era mostrar que não adiantava fazer tudo certo, segundo a lei, e não ter misericórdia, o que a lei também mandava ter. Ele mostra também o orgulho e o apontar do dedo do fariseu. Como já exposto, Jesus não reprova os fariseus por darem o dízimo e fazer sempre orações. Eles estavam debaixo da lei e tinham que cumprí-la. Nesse ponto Jesus os aprova, mas os reprova por não terem misericórdia quando a lei também o mandava.

Temos ainda um capítulo muito citado pelos pregadores para convalidar o dízimo, Hebreus 7. Porém, nessa passagem, o autor da carta apenas mostra a superioridade de Cristo em relação ao sacerdócio do Antigo Testamento, usando Melquisedeque como um tipo de Cristo, pois Arão (representando o sacerdócio veterotestamentário) pagou dízimos a Melquisedeque na pessoa de Abraão, mostrando sua inferioridade em relação à Melquisedeque. O objetivo da passagem não é falar sobre a validade ou não do dízimo para os dias de hoje, mas mostrar a superioridade do sacerdócio de Cristo.

A Epístola aos Hebreus, principalmente os capítulos 9 e 10, deixa bastante claro que todas as cerimônias do Antigo Testamento foram abolidas com a vinda de Cristo, pois elas apenas tipificavam Aquele que viria, eram sombras da realidade que é Cristo. Além dessa epístola, Paulo fala constantemente sobre a abolição das cerimônias do Antigo Testamento no Novo Testamento, como em Gl.4.8-11, Cl.2.8-23, etc. Dízimo na antiga aliança tinha tudo a ver com sacrifícios e cerimônias religiosas.

Como já foi escrito nesse artigo, o dízimo dos animais era principalmente para o sacrifício pelo pecado. Dízimo na época bíblica não era em dinheiro, e sim, em alimentos e animais. Os animais eram para os sacrifícios pelos pecados, e também em ações de graça. Dos animais que eram levados para serem oferecidos em ações de graça, os sacerdotes e levitas podiam comer.

Logo, o dízimo não é um preceito moral, não existia dízimo antes da Lei de Moisés, e o mesmo por ser sacrificial, foi abolido na Cruz de Cristo, quando o mesmo cravou toda a lei com suas ordenanças e sacrifícios.

Vamos agora voltar um pouco para Malaquias, pois Malaquias 3 é o capítulo mais usado para dizer que as pessoas têm obrigação de dar o dízimo, e quem não o fizer, será amaldiçoado, vai perder a salvação, vai falir, perder o emprego e outros.

Pense comigo!

Na Bíiblia, quando o dízimo foi constituído, Deus disse que os levitas e sacerdotes deveriam comer do mesmo, pois eles não teriam posses, ou seja, propriedade. Era vedado ao sacerdote e levitas possuírem alguma propriedade.

Se as igrejas usam esse verso de Malaquias para dizer que os pastores têm direito do dízimo, então os mesmos não podem ter propriedades, e muito menos compradas com o dinheiro do dízimo. Se o pastor quer viver do dízimo usando Malaquias, ele não pode ter nada no nome dele. Ele não pode comprar casa, sítios, helicópteros, aviões, barcos e outros. Infelizmente, é o que temos visto de montão, pastores usando o dízimo para mostrarem status de bem sucedidos e ricos. Pastores enriquecendo com o dinheiro do dízimo e aumentando seu patrimônio terreno. (Ou será império?) Logo, se a instituição religiosa joga Malaquias em cima da igreja de Cristo, usando as maldições do tal livro na vida de quem não dá o dízimo, por que então os pastores omitem que na regra do dízimo, os pastores (muitos gostam de dizerem que são sacerdotes), eles não podem ter propriedade? Isso eles omitem.

Vamos continuar! É usado também que a igreja é a casa do tesouro, infelizmente, mais uma interpretação errada, segundo minhas pesquisas. Mas se a igreja é a casa do tesouro, por que os pastores que pregam essa doutrina não distribuem o dinheiro dos cofres da casa do tesouro com os pobres da igreja? Por que não assalariam os pobres da igreja, para que tenham o que comer?

Por que não vão lá construir a casa daquela família pobre que está há anos querendo colocar a laje, as janelas, e fazer o banheirinho? Não! Nessa hora de liberar o tesouro da casa do tesouro como manda a Bíblia (esse tesouro também seria para as viúvas e órfãos, os pobres em nossa época), eles não fazem, omitem.

Se os pastores usam os versos de Malaquias 3 para dizer que o povo será amaldiçoado se não der o dízimo, eles também deviam parar de fazer suas orações contra as maldições e capirotos, usando a profecia de Isaías 53, pois Malaquias 3 anula a profecia de Isaías sobre o que Jesus ia fazer quando viesse e fixasse uma nova aliança.

Uma vez eu ouvi um pastor na televisão dizendo que igreja não é banco, mas aí eu digo: se ele chama a igreja atual de casa do tesouro e manda as pessoas levarem todos os dízimos para lá, logo ele a está chamando de banco, sim. No templo havia a repartição banco, casa do tesouro onde os mantimentos eram armazenados para os levitas, serviços religiosos e necessitados. Então vemos que se a igreja atual auto denomina-se casa do tesouro, ela devia liberar de seu tesouro para os pobres, pois é isso que a lei do dízimo também manda.

Infelizmente, não está acontecendo isso. Eu mesmo já ouvi pessoas dizerem que quando mais precisaram, a igreja não as ajudou em nada. Eu conheci uma que foi dizimista por vários anos, e quando precisou, o pastor dela mandou r exercitar sua fé.

Usa-se Malaquias para mandar o povo dar dízimo, para dizer que a igreja de Cristo é a casa do tesouro, para lançar maldições sobre o povo, mas não se usa Malaquias para dizer que o pastor não pode ter propriedades, não pode ter carro no ano em seu nome, sítios, aviões e barcos. Não se usa para dizer que a casa do tesouro tem a obrigação de cuidar dos pobres, viúvas e desempregados da igreja, de construir a casa do membro que não está conseguindo construir. Nesse ponto, eles não usam Malaquias. Só usam para ‘’venham a mim e deem’’. Agora, para o ‘’eu tenho que ir a vocês e dar’’ não usam.

 

COMO ERAM AS COLETAS E DOACÕES NO NOVO TESTAMENTO?

Quando Cristo morreu e ressuscitou, a nova aliança foi inaugurada. Aleluia!!

Você se lembra do que Cristo disse antes de morrer na última ceia com seus discípulos?

Este cálice é o novo testamento no meu sangue, que é derramado por vós. Lucas 22:20

Isso prova que Cristo estaria inaugurando (começando, colocando em vigor) uma nova aliança.

Se é Novo Testamento no sangue de Cristo, nós não devemos mais ficar ligados na antiga, com seus preceitos e mandamentos, oras. Aquele que faz o testamento tem poder de mudá-lo. Quando um testamento é mudado, mesmo que o velho fique arquivado para memória ou até mesmo para ser consultado, o mesmo não tem poder judicial. O velho deu lugar ao novo. Cristo tirou todo poder judicial do Velho Testamento para aquele que crer nEle.

Vocês se lembram da carta de Paulo aos romanos? Romanos 10:4 ‘’Porque o fim da Lei é Cristo, para justificação de todo o que crê.’’

Então! O velho ficou velho!! Não tem mais validade testamentária para o povo de Deus que crê em Cristo como salvador. A lei antiga está lá, mas apenas como um arquivo que pode ser consultada, estudada, lembrada, mas não tem poder judicial ou testamentário. Foi cravada na cruz e anulada para todo que crê em Jesus, e o dízimo com suas ordenanças faz parte dessa antiga aliança e não foi renovada no segundo testamento.

No Livro de Atos dos Apóstolos, vemos que a igreja começou a nascer, ser formada. Ali no dia de pentecostes os discípulos receberam poder e autoridade pelo Espírito Santo para saírem e propagarem as boas novas ao mundo.

 

Na era apostólica, logo no começo da igreja, um concilio foi convocado para que os novos conversos não judeus pudessem saber como proceder. Para sabem o que deviam e o que não deviam guardar

Esse concílio foi feito porque muitos judeus queriam obrigar os nãos judeus que passavam a crer em Jesus a se circuncidarem e a guardarem toda Lei Mosaica. Segundo eles, uma pessoa só podia ser cristã se antes se convertesse ao judaísmo e guardasse toda lei. A igreja então se reunia para resolver como os novos conversos ao cristianismo, que não eram judeus, deviam proceder e o que deviam guardar como regra cristã. Nesse concílio não é exigido a entrega do dízimo e, muito menos, a guarda do sábado. Leia Atos dos Apóstolos 15.

Nesse concílio várias coisas / leis / normas foram pedidas para que os novos cristãos guardassem e executassem, mas o dízimo e o sábado não foram mencionados. Se o dízimo fosse tão importante e tivesse validade também para os não judeus, o concílio, com certeza, mandaria os cristãos não judeus observarem, mas, não, nem dízimo e nem sábado são mencionados como algo que os cristãos devessem observar. Então aqui já temos uma prova de que o dízimo como lemos em Malaquias e em todo Antigo Testamento não era praticado pelas igrejas cristãs primitivas.

 

Vejam agora o que Paulo fala à igreja de Corinto. Isso é muito importante!

‘’Cada pessoa coopere conforme tiver proposto em seu coração, não com pesar ou por constrangimento, pois Deus ama o doador que contribui com alegria.’’ 2 Coríntios 9:7

Vejam que Paulo aqui anula, destrói a doutrina dos 10%. Na antiga aliança Deus exige que o povo dê 10%. Eles aceitam a aliança e aí vem ameaças da parte de Deus se eles não cumprissem, pois eles aceitaram os termos da aliança. Mas quando o Apóstolo Paulo escreve à igreja de Corinto, ele (Paulo) anula e destrói tal pensamento de obrigação de porcentagem que a lei exigia.

Ele diz: ‘’cada um coopere segundo propôs em seu próprio coração.’’ Vamos dizer que eu vá pra igreja com aquele pensamento de doar 10 reais. Aí chega lá e eu doo somente 5. Está errado, pois meu coração já propôs doar 10 e Deus sabe que eu posso doar 10 reais.

Ele continua: ‘’ Não por CONSTRANGIMENTO’’

 

Eu já vi muita gente sendo constrangida a dar o dízimo. Eu mesmo tive um pastor que fez uma lista de dizimistas e colocou o nome de toda congregação naquela lista e quem não dava o dízimo do mês recebia um x vermelho sobre o nome. Lá estava aquele cartaz colocado lá na frente da igreja, desonrando os outros, humilhando e constrangendo os mesmos.

Já vi pastores do púlpito chamando os outros de amaldiçoados, pessoas pobres assalariadas que por um motivo ou outro não puderam dar o dízimo por um tempo, sendo constrangidas a dar e sendo chamadas de amaldiçoadas ou que iam ser amaldiçoadas. A igreja devia ver as necessidades desses irmãos e ir ajudá-los com cesta básica, no pagamento das dívidas dos mesmos, na construção da casa, mas não, ao invés de ajudarem, preferem constranger as pessoas a darem o dízimo

usando palavras de maldição. Veja que o Apóstolo Paulo não fala nada da obrigação de dar 10%, mas da voluntariedade. Ora, Paulo era um rabino judeu que conhecia muito bem a Lei Mosaica, se a lei do dízimo tivesse validade na nova aliança, estava aí uma grande oportunidade de Paulo mencioná-la.

O Apóstolo Paulo diz que não se pode dar nada para obra de Deus movido por constrangimentos.

No Novo Testamento tudo deve ser dado com amor, alegria e ações de graça e cada um deve dar segundo o que tem e o que pode dar. A pessoa não pode ser obrigada a dar, ela não pode ser constrangida a dar e ela mesmo não pode doar com pesar de coração, mas com alegria.

No Antigo Testamento, Deus estabeleceu leis para aquele povo, pois ele tinha o coração duro, o Espírito Santo não habitava nele. Hoje os crentes têm o Espírito Santo fazendo morada em si, eles são o templo do Espírito Santo, eles são a morada do Altíssimo, eles são reis e sacerdotes.

Eles doam com amor, sabendo que o reino deles não é aqui. Eles mostram através da doação de coração e com alegria que são gratos ao Senhor, que não são apegados ao que é material e que se preocupam com o bem estar dos irmãos mais carentes da congregação.

No Novo Testamento não devemos doar somente o dinheiro, mas toda nossa vida, pois toda nossa vida pertence ao Senhor e não somente 10% dela.

Se você é medico, enfermeiro, dentista, pedreiro, faxineiro, advogado, e outros, você devem usar essas suas qualificações para os mais pobres, necessitados da igreja também. Toda nossa vida é do Senhor, tudo nosso pertence a Ele.

Vamos supor que exista na igreja um irmão ou irmã que é pobre e está precisando colocar a laje de sua casa ou fazer aquele banheirinho tão sonhado e você seja pedreiro. Será que Deus quer que você pense somente em si próprio e em sua profissão e em como ganhar mais dinheiro? Aí, ao invés de cobrar mais barato ou até mesmo dar a mão de obra grátis ao irmão pobre, você diga que isso não lhe interessa, que você estudou e se formou e não foi pra fazer caridade para ninguém, ou que você tem uma firma e sua firma é de negócios, e não de caridade. Isso mostra que você não nasceu de novo e não está dando sua vida ao Senhor. Servir ao Senhor é servir ao próximo.

 

Digamos que você seja advogado e sabe que na igreja existe uma irmã viúva ou qualquer outra pessoa com uma causa, mas a mesma não tem dinheiro para pagar. Você simplesmente ignora, mesmo podendo ajudar, afinal você se formou, pagou e agora não está ali para perder tempo prestando serviços gratuitos de advocacia. Isso acontece porque a pessoa ainda não nasceu de novo e ainda não compreendeu que na nova aliança o cristão deve se doar ao próximo, deve servir ao próximo, pois servindo ao próximo, estará servindo a Deus.

Deus não quer que demos com tristeza ou porque estamos sendo constrangidos a dar. Deus também não quer que demos para barganhar com ele. Infelizmente, muitas igrejas por aí estão ensinando as pessoas a darem e depois se tornarem mestres sobre o Senhor, ordenando-O a fazer assim e assim na vida delas porque elas dão o dízimo. Só que Deus continua sendo Senhor e ele não se deixa barganhar. Ele não quer que doemos com ganância material de adquirir mais e mais, pois tudo nesse mundo perecerá e ficará aqui. Deus quer que sejamos gratos, que o louvemos, que venhamos a ver a necessidade de nossos irmãos mais carentes, e assim doemos.

Lembre-se que o melhor de Deus não é casa, um bom trabalho, riquezas, carro do ano, barco, avião e outros parecidos e que vão perecer, mas Jesus, e Ele já nos foi dado. Logo nós já recebemos o melhor de Deus.

Por outro lado, Deus quer que aqueles que administram a congregação ajudem os mais carentes e até mesmo igrejas mais carentes com as doações recebidas. Na época dos apóstolos, a igreja de Jerusalém era a mais pobre e necessitada, e sempre recebia doações de outras igrejas para poder viver dignamente. As igrejas mais abastadas supriam as necessidades das mais pobres.

 

A igreja não foi edificada para que pessoas tivessem poder sobre ela ou usassem o dinheiro das doações para o próprio prazer, tornando-se ricas e bem sucedidas, ou para construírem templos suntuosos e cheios, para mostrarem seu império terreno religioso. O dinheiro da igreja é para os pobres e também para o sustento do pastor, mas o pastor não tem o direito excessivo sobre as doações dos fiéis.

A principal meta das doações dos fiéis não é enriquecer pastores, não é dar carro do ano para líderes cristãos, casa triplex, sítios, aviões, barcos, anéis dos mais caros, relógios Rolex e outros. Quem quiser isso, vá trabalhar secularmente! As doações são para sustentar os mais pobres, enviar missionários, e claro, para o sustento do pastor e sua família, mas sem exageros. As doações que entram na igreja são para ajudar os necessitados, para que todos tenham de igual modo e a ninguém falte coisa alguma, e não, para o luxo de alguns.

Mas o pastor fulano tem uma igreja com mil membros e ele tem direito a 20 ou 30% dos 200 mil que entram. Eu vos digo; não, ele não tem direito! Se a igreja que ele pastoreia, entra

200 mil ou mais por mês, ele não tem direito a 20 ou 30% dos 200 mil, mesmo que esse seja o acordo feito com a congregação (algumas igrejas dão aos pastores 20 a 30 % da renda local para viverem e sustentarem a família).

Ele tem direito de tirar o necessário para viver uma vida honesta e digna. Ele também não tem o direito de comprar com o dinheiro das doações para igreja o carro mais caro, o relógio mais caro, o anel mais caro, o paletó mais caro. Não, o dinheiro das ofertas e doações não é para isso, mas pra ajudar os pobres e necessitados da igreja, para a obra missionária, e claro, como já foi dito acima, para que o pastor viva uma vida digna e sem exageros.

Infelizmente, estamos vendo algo muito errado por aí. Se o pastor tem uma igreja grande que faz 200 mil, e ele tem direito a 40 mil, ele devia procurar os pastores de igrejas pequenas e até mesmo congregações que estão muitas vezes padecendo com suas famílias, pois as igrejas onde estão ministrando são de pessoas pobres e não entra o suficiente para o sustento. Eu mesmo já conheci pastores que padeciam para sustentar suas famílias, pois eram pastores de igrejas pequenas e de periferia, enquanto que outros pastores da mesma denominação esbanjavam dinheiro, carro do ano, casarão, paletós caros, e sequer se preocupavam com o irmão de ministério. Não, igreja não é cada um por si e Deus por todos! Não, na igreja são todos por todos, e Deus por todos e com todos!

Logo esses pastores de igrejas grandes ao invés de pensarem somente em si e no tanto (%) que suas igrejas fazem para eles, eles deviam pensar nos pastores irmãos que estão nas periferias, nas congregações de favelas, e de lugares onde não tem recursos e irem doar para que esses irmãos pastores também possam viver uma vida melhor e não ter falta de nada.

Infelizmente, temos visto muita ganância e até mesmo pastores dizendo que não têm nada a ver com isso, com o pastor fulano. Muitas vezes, sabem que o pastor fulano está ali padecendo, levando uma congregação pequena e sequer ajudam o mesmo.

A Bíblia diz que a igreja primitiva (do tempo dos apóstolos) tinha tudo em comum e ninguém tinha falta de nada, porque eles dividiam o que tinham uns com os outros e os apóstolos eram fiéis e honestos nas divisões dos bens. Atos 2:44-45

 

                             CONCLUSÃO

 

Na Nova Aliança não existe casa do tesouro, pois casa do tesouro só existiu uma e era o templo de Jerusalém. Logo, as igrejas não podem dizer que são casa do tesouro, pois fazendo isso, estarão costurando a cortina da separação novamente, cortina essa que foi rasgada de alto a baixo por causa do pacto da Nova Aliança quando Cristo morreu.

Não existe tão pouco casa do Senhor na Nova Aliança pois a casa do Senhor agora somos nós. Mesmo usando o pejorativo ‘’casa do Senhor’’para a igreja atual, devemos saber que Deus não habita naquelas quatro paredes como Ele habitava no templo de Jerusalém. Hoje a igreja somos nós, seres vivos e é em nós que Cristo habita. Logo, uma instituição religiosa não é casa do Senhor, mas eu e você somos. Essa igreja que eu e você somos pode se reunir em qualquer lugar, seja em praça publica, debaixo de uma arvore, em casa e ali Cristo estará, porque nós estamos ali reunidos em Seu Nome (‘’Mas não deixe sua congregação’’, diz Hebreus 10:25.)

Também não existe mais altar de sacrifícios como muitas igrejas por aí ensinam, mandando as pessoas irem ao altar (que no caso é o púlpito) para fazerem seus sacrifícios de dízimo, ofertas, no qual chamam de ‘’boi, bezerro, cabrito’’, tudo em

dinheiro, onde deturpando a Bíblia, dizem que a pessoa tem que ofertar (sacrificar) tudo que tem no altar. O altar somos nós, e o sacrifício, segundo Hebreus, é o fruto de nossos lábios que professam o nome do Senhor Jesus. Hebreus 13:15 e 1 Coríntios 6:19

Aprendemos que o dízimo de Abraão e Jacó não foi uma imposição de Deus e, muito menos, um mandamento dado a eles pelo Altíssimo.

Aprendemos que o dízimo animal tinha tudo a ver com sacrifícios e que Cristo já se sacrificou por nós. O dízimo vegetal era destinado ao sacerdote e levitas, serviços religiosos e às pessoas pobres.

Aprendemos que na era bíblica, o dízimo não tinha nada a ver com dinheiro, mas com mantimentos e animais. Hoje eu até compreendo que as pessoas devam fazer suas doações voluntárias em dinheiro, pois vivemos em um mundo totalmente diferente do mundo bíblico.

Aprendemos que Malaquias 3 é a continuação de uma exortação aos sacerdotes e levitas que haviam se desviado das leis do dízimo. Lei essa que foi firmada somente entre Deus e o povo de Israel. Ler Malaquias 1 e 2.

Aprendemos que se um pastor (sacerdote) quiser usar Malaquias 3 como pretexto para o dízimo, o mesmo não poderá ter propriedade e bens materiais em seu nome, pois a lei do dízimo proibia o sacerdote de ter qualquer propriedade ou bem em seu nome, deverá também distribuir toda renda (dízimos e ofertas) da igreja com os obreiros (levitas) e com os pobres, e isso eles não fazem.

Aprendemos que as passagens onde Cristo fala com os fariseus sobre o dizimar até as ervas, e cita a parábola do fariseu e do publicano no templo, não convalidam o dízimo no Novo

Testamento, pois a aliança do Novo Testamento ainda não havia sido inaugurada. Ela só foi inaugurada quando Cristo morreu e ressuscitou.

Aprendemos que Hebreus 7 tão pouco convalida o dízimo na Nova Aliança, pois o mesmo apenas mostra a superioridade do sacerdócio de Cristo.

Aprendemos que o dízimo no Antigo Testamento não era para enriquecer os sacerdotes e levitas, pois os mesmos não podiam ter propriedades, mas era para o alimento deles, dos serviços religiosos com sacrifícios, e também dos pobres.

Aprendemos que no 1 Concílio de Jerusalém, entre os vários mandamentos citados pelos apóstolos que a igreja deveria observar, não encontramos a observação do dízimo como mandamento.

 

Aprendemos que na Nova Aliança, segundo Paulo, todas as doações eram divididas com os mais carentes da igreja de maneira que ninguém tinha falta de nada.

 

Aprendemos que em 2 Coríntios 9:7 cada um deve doar segundo propôs no coração, e segundo as suas possibilidades, que a pessoa não pode dar com tristeza e, muito menos, ser constrangida a dar (obrigada, exigida). Se a mesma não der, a mesma não pode ser humilhada, rebaixada, exigida, pois será um problema dela com Deus. E se ela for amante das coisas materiais, ela mesma vai prestar contas a Deus.

Aprendemos que os pastores devem procurar os mais necessitados da igreja para que todos possam ter e viver uma vida sem falta de nada, pois para isso a congregação deve doar e doar.

Aprendemos que a locusta, gafanhoto cortador, migrador e destruidor, não são demônios que vão destruir alguém que não dá o dízimo, mas insetos que segundo a lei destruiria a lavoura do povo de Israel por não obedecerem ao acordo que fizeram com Ele. Lembrando que a lei do dízimo, seus preceitos e regras foram feitas exclusivamente com Israel, e nós não judeus não temos nada a ver com isso.

Aprendemos que o ter direito sobre as doações que entram na igreja, para viver e sustentar a família, não dá ao pastor o direito de viver uma vida de rei, como se fosse um homem rico, comprando das coisas mais caras com o dinheiro das doações, pois não é para isso que a congregação doa, mas para que toda congregação possa ter o suficiente e não haver falta de nada. Vemos isso na vida dos apóstolos. Mesmo recebendo tudo que recebiam, pois as pessoas vendiam suas propriedades e colocavam o dinheiro nos pés deles, nós não vemos um apóstolo com mansão, carruagem cara, roupas caras e outros. Eles viviam na humildade e usavam somente o necessário para comerem e vestirem.

 

Para terminar.

Espero que esse artigo não lhe faça pensar que você não tem que ser um doador, que você tenha que fechar as mãos para a obra de Deus, porque existem pessoas gananciosas e usando de má fé aqui e ali com o dinheiro das doações da congregação. Não, o intuito desse artigo e lhe tirar do sistema que diz que você e eu seremos malditos, fracassados, enfermados, falidos se não dermos o dízimo, quando a Bíblia diz que não podemos dar por obrigação e, muito menos, com tristeza, mas segundo o nosso próprio coração.

Eu sou um dizimista e muitas vezes doo mais de 10%, como tem vezes que não tenho para doar. Quando não posso doar por causa de um problema ou outro, eu não doo nada e não me sinto amaldiçoado, pois estou a cada dia conhecendo mais as Escrituras.

Logo, vamos doar com o coração. Se você pode doar mais de 10%, doe. Doe também a sua vida, sua profissão para quem precisa, mas não faça nada por obrigação ou constrangimento, faça porque você recebeu um novo coração, um coração de doador e porque você reconhece que tudo provém de Deus, e você quer louvar a Deus com sua vida e sua renda, pois Deus com seu amor já nos deu o melhor de si, Jesus. Aleluia!

Na nova aliança tudo deve ser feito por amor, por gratidão e louvor a Deus pois o melhor de Deus, que não foi carro, casa boa, avião, e bens materiais em geral, nós já recebemos, Jesus Cristo nosso salvador.

Logo, nós não fazemos as coisas para Deus e para a igreja para ganhar honra de homens, medalhas de mérito, sermos vistos, ou para alcançar a salvação, pois a salvação já foi dada por Cristo Jesus a todo que crê nEle. Fazemos porque Ele nos amou primeiro. Doamos não só dinheiro, segundo as nossas possibilidades, mas também todo nosso ser e vida, porque não somos apegados a nada desse mundo e nem a nós mesmos. Se alguém no meio da congregação não quer ser doador, é porque o mesmo ainda não nasceu de novo, não percebeu que tudo pertence ao Senhor, até mesmo a sua própria vida, pois Deus deu e também pode tirar. Resta a nós orar e procurar ensinar com mansidão essa pessoa e não constrangê-la, humilhá-la e desfazer da mesma.

Se um dia você não puder dar nada por estar cansado, fadigado ou mesmo ter que resolver um problema, não se condene, Deus conhece seu coração e você e eu só devemos satisfação (no que

diz respeito a oferta e o ajudar alguém na igreja) a Deus. Esqueça as maldições de Malaquias, pois Cristo as cravou todas na cruz!

Doe-se a Deus! Doe-se às pessoas de sua congregação. Mas não por obrigação, tristeza ou constrangimento, mas com alegria, pois Deus ama ao que se doa com alegria!

Tenha o cuidado para não se tornar um servo e filho de Mamon, o deus do dinheiro, da usura e da ganancia. 

 

Deixe suas perguntas e duvidas abaixo, diga tambem o que você achou desse topico sobre o dizimo, mas lembre-se: Tudo com respeito e educação. Você não é obrigado a concordar comigo, mas é obrigado a respeitar meu ponto de vista

 

Fique na paz do Senhor Jesus!

Pastor Reginaldo Torres